segunda-feira, 23 de agosto de 2010


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A Chuva

Ilustração: Nina


A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios.


A chuva molhou os transeuntes. A chuva encharcou as


praças. A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu


as marés. A chuva e seu cheiro de terra. A chuva com sua


cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a


favela. A chuva de canivetes. A chuva enxugou a sede. A


chuva anoiteceu de tarde. A chuva e seu brilho prateado. A


chuva de retas paralelas sobre a terra curva. A chuva


destroçou os guarda-chuvas. A chuva durou muitos dias. A


chuva apagou o incêndio. A chuva caiu. A chuva


derramou-se. A chuva murmurou meu nome. A chuva ligou o


pára-brisa. A chuva acendeu os faróis. A chuva tocou a


sirene. A chuva com a sua crina. A chuva encheu a piscina.


A chuva com as gotas grossas. A chuva de pingos pretos.


A chuva açoitando as plantas. A chuva senhora da lama. A


chuva sem pena. A chuva apenas. A chuva empenou os


móveis. A chuva amarelou os livros. A chuva corroeu as


cercas. A chuva e seu baque seco. A chuva e seu ruído de


vidro. A chuva inchou o brejo. A chuva pingou pelo teto. A


chuva multiplicando insetos. A chuva sobre os varais. A


chuva derrubando raios. A chuva acabou a luz. A chuva


molhou os cigarros. A chuva mijou no telhado. A chuva


regou o gramado. A chuva arrepiou os poros. A chuva fez


muitas poças. A chuva secou ao sol.

Otimismo

Havia uma vez uma ilha, na qual viviam todos os sentimentos e valores do homem:
O Bom Humor, a Tristeza, o Saber...
Como também todos os outros, incluindo o Amor.
Um dia avisaram os sentimentos que a ilha estava prestes a afundar-se.
Então, todos prepararam os seus barcos e partiram. Unicamente o Amor ficou, esperando sozinho, até ao último momento.
Quando a ilha estava a ponto de desaparecer no mar, o Amor decidiu pedir ajuda.
A Riqueza passou perto do Amor num barco luxuosíssimo e o Amor disse-lhe:
“Riqueza, podes-me levar contigo?”
“Não posso porque tenho muito ouro e prata dentro do meu barco e não há lugar para ti.”
Então, o Amor decidiu pedir ao Orgulho que estava passando numa magnífica barca:
“Orgulho, rogo-te, podes-me levar contigo?”
“Não posso levar-te, Amor...” respondeu o Orgulho: “Aqui tudo é perfeito, poderias arruinar-me a barca”.
Então, o Amor disse à Tristeza que se estava aproximando:
“Tristeza, peço-te, deixa-me ir contigo.”
“Óh, Amor” respondeu a Tristeza, “estou tão triste que necessito estar só”.
Logo, o Bom Humor passou em frente ao Amor; mas dava gargalhadas tão altas, que não ouviu que o estavam a chamar.
De repente uma voz disse:
“Vem Amor, levo-te comigo...”
Era um velho o que havia chamado.
O Amor se sentiu tão contente e cheio de alegria que se esqueceu de perguntar o nome ao velho.
Quando chegou a terra firme, o velho desapareceu.
O Amor deu-se conta de quanto devia ao velho e, assim, perguntou ao Saber:
“Saber, podes dizer-me quem me ajudou?”
“Foi o Tempo”, respondeu o Saber.
“O Tempo?”, perguntou-se o Amor,
“Porque será que o Tempo me ajudou?”.
O Saber, cheio de sabedoria, respondeu:
“Porque só o Tempo é capaz de compreender quão importante é o Amor na Vida”